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Falando de Economia e Finanças
Entenda os últimos acontecimentos e fique por dentro do dólar e suas projeções, taxa selic e seus impactos. Como anda o cadastro positivo? FGTS e outros pontos. Fazemos aqui um resumão para você ficar informado!
ECONOMIA BRASILEIRA: INDICADORES E CENÁRIO
Com o fim do carnaval, começa o ano econômico de verdade. Vamos inicialmente analisar alguns importantes indicadores econômicos.
A menor Selic da história. Vamos entrar em março com uma Selic de apenas 4,25% ao ano, simplesmente a menor taxa da história. É bom lembrar que tivemos Selic de quase 70%, e mesmo em 2015 e 2016 estava em 14,25%, ou seja, uma queda de quase 70% em pouco mais de três anos. Muito embora ninguém toma dinheiro emprestado nesta taxa de 4,25%, o governo brasileiro vai economizar em 2020 mais de R$ 100 bilhões em juros sobre a sua enorme dívida pública de mais de R$ 4 trilhões. Os bancos, para captar recursos financeiros, via CDB e CDI, levam em conta o valor da Selic, ou seja, captam dinheiro mais barato. É uma pena que eles não emprestam por juros aceitáveis. Como o CDB e a Selic “rendem” pouco, haverá um estímulo para os empresários investirem bem mais em máquinas e equipamentos, novas fábricas e em tecnologia. E investidores passam a ter maior interesse em imóveis. Isso é bom para o país.
A inflação continua domada. Para um país que já teve uma inflação superior a 80% num único mês, termos inflação ao redor de 4% ao ano, é algo a ser festejado. Inflação baixa beneficia mais os mais pobres do que os ricos. Isso também é bom para o país. Inflação e Selic baixas estimulam os investimentos no Brasil. Para o setor imobiliário, estes dois indicadores são vitais para o crescimento deste mercado.
O dólar acima de 4 preocupa? Muito se tem falado em fevereiro sobre o dólar próximo a R$ 4,40. É bom registrar que, em outubro de 2002, com a certeza de que Lula seria eleito, o dólar chegou a R$7,68 a valores atualizados, considerando-se a inflação no Brasil e a nos EUA. Esse dólar estimula muito o nosso principal setor exportador, que é o agronegócio, que exporta mais de US$ 100 bilhões. Desestimula sim as importações, que ficam mais caras, mas nada a preocupar. Isso de certa forma viabiliza a produção interna e a geração de empregos.
PIB: ainda crescendo pouco. Para o Brasil, que já foi o país que mais cresceu de 1960 até início dos anos 80 e que de 1980 até agora tem crescido pouco mais de 2% ao ano, em média, o crescimento do PIB tem sido um dos maiores desafios. Quando o PIB cresce, gera-se renda e emprego, ainda mais para um país que tem 12 milhões de desempregados. Nos últimos três anos, crescemos apenas 1% ao ano, mas a razoável notícia é que, em 2020, devemos crescer um pouco mais de 2%. Só investimentos privados e públicos vão garantir um crescimento maior do PIB. Como a Selic está em 4,25%, os investimentos produtivos devem voltar gradualmente nos próximos anos.
Investimentos estrangeiros. Tendo em vista que a poupança dos brasileiros é muito baixa (porque a renda é baixa), o Brasil precisa muito dos investimentos estrangeiros no país. Novamente, com a nossa Selic tão baixa, os estrangeiros virão para o Brasil, ou para investirem na Bolsa ou para comprarem empresas, ou ainda para investirem em infraestrutura (portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, energia e assim por diante). Tudo isso vai ajudar o país a crescer mais.
Cadastro Positivo. O tão falado cadastro positivo, uma das iniciativas do governo para aumentar a transparência e beneficiar o consumidor, agora está valendo! O cadastro positivo reúne informações dos consumidores que ajudam a baixar taxas de juros e facilitar o crédito a empréstimos. Muitas instituições como banco entre outras passaram a ter acesso a estas informações à partir de janeiro de 2020.
Cheque especial. Outra alteração de regra por parte do Banco Central foi a mudança no cheque especial, limitando os djuros a 8% ao mês, o que ainda é bastante alto, porém, muito abaixo do que o normalmente praticado pelos bancos. A dica aqui é continue evitando ao máximo!
Setor público: a pedra no nosso caminho. Infelizmente, vivemos num país onde os governos nos custam algo como 40% do PIB, com impostos absurdamente elevados, que retiram renda das empresas e dos brasileiros. Por isso, as reformas administrativa e a tributária (felizmente já conseguimos aprovar a da Previdência) são importantes para destravar o país e voltarmos a crescer, mas isso é uma tarefas para os próximos anos.
Ph.D. Judas Tadeu Grassi Mendes